HISTÓRIA DA CASA DO CINEMA DE SAMORA CORREIA
A expressão cinematográfica na Vila de Samora Correia entusiasmou Joaquim Pedro de Oliveira, membro da Direcção da Creche e Casa de Trabalhadores Padre Tobias, que no início de 1952 realizou a adaptação do celeiro da instituição, espaço ante então utilizado, desde a década de 40, para a projecção de filmes e sem as condições necessárias e mínimas para o efeito. As sessões cinematográficas nesse período eram asseguradas por António Romão, sucedendo António Carago, tornando-se no mais antigo projeccionista da vila de Samora Correia.
Foram adquiridas as cadeiras para a plateia ao Chiado Terrasse, sala de cinema de renome de Lisboa, e executadas as devidas obras de melhoramento no espaço para a criação de uma nova sala de cinema. A Inspecção do Espectáculos deu o seu parecer ao projecto de intervenção no celeiro que se designou Cine-Samora e foi colocado a concurso para futura exploração.
No ano seguinte, a exploração foi materializada após a assinatura do contrato por Ilídio de Jesus Aniceto, um empresário de Lisboa, por um período de 10 anos. O empresário comprometera-se a trazer uma nova e moderna máquina de projecção para o recinto cultural.
A inauguração da nova sala de cinema é realizada com a projecção de uma grande produção cinematográfica, apresentada em cinemascope. A sala teria apenas uma exibição semanal, principalmente ao Domingo durante a noite. No entanto as receitas de bilheteira não corresponderam com as expectativas do empresário alfacinha abandonando o projecto a meio. Prontamente, João Félix da Costa assume a gestão do espaço cultural encontrando-se referências documentais da permanência do empresário Ilídio de Jesus Aniceto em anos mais tarde.
Consciente das condições da sala de cinema, no ano da revolução de Abril é criada uma Comissão com o intuito de reunir fundos monetários para se proceder aos devidos melhoramentos do espaço cultural da vila de Samora Correia. A Comissão era constituída por Virgílio Duarte da Costa, Manuel Neves da Silva, João Félix da Costa, António Matias, António Pernes e entre outros mobilizaram-se a solicitar a diversas pessoas, em carácter de empréstimo, a quantia de 1.000$00. A intervenção tinha como objectivo substituir as cadeiras da plateia, o restauro da máquina de projecção e a melhoria das condições sonoras visto que a sala tinha uma excelente acústica. A devolução dos fundos adiantados era retribuída com o lucro proveniente da bilheteira da Casa do Cinema.
Nos a década seguinte, João Gaudêncio em colaboração com Virgílio Duarte Costa exploram o cinema apostando na exibição de filmes comerciais realizando-se quatro sessões semanais, nomeadamente às Sextas-Feiras e Sábados à noite e Domingos durante a tarde e à noite.
A divulgação do vídeo e a sua expansão enfraqueceu por completo a afluência de público nas exibições de filmes neste espaço cultural. Nos meados da década de 90 a Casa do Cinema encerrou as suas portas ao público em definitivo.
A SALA DE ESPECTÁCULOS - CASA DO CINEMA
O edifício de dois andares abarcava no piso térreo as bilheteiras, o bufete, as instalações sanitárias, a cabine de projecção e sala de montagem. No andar superior o acesso ao balcão e a sala de fumo. Denotava-se a ausência de camarins na Casa do Cinema. A sala de espectáculos abrangia aproximadamente uma área de 250 m2, possuindo um palco de dimensões razoáveis (11 metros de frente e 4,5 metros de profundidade), com capacidade para 413 lugares distribuídos pela plateia e balcão. A plateia compreendia a 3.ª plateia (90 lugares), a 2.ª plateia (180 lugares) e a 1.ª plateia (47 lugares). O balcão compreendia o 2.º balcão (84 lugares) e o 1.º balcão (14 lugares).
Além da projecção de filmes, esta sala de espectáculos apresentava uma diversidade cultural, nomeadamente o Teatro e as Variedades eram muito aplaudidos neste recinto. A Casa do Cinema era um espaço social de ponto de encontro para toda a população. Contudo a estratificação da população era bastante acentuada e reflectia-se na distribuição dos lugares na sala e no preço dos bilhetes. O 1.º balcão, local privilegiado para assistir a qualquer espectáculo, era designado desta forma por albergar os lugares cativos e os mais caros da sala. O valor do bilhete para estes lugares correspondia ao dobro da 3.ª plateia.
ESPAÇOS CENTRO CULTURAL DE SAMORA CORREIA
AUDITÓRIO
Equipado com os melhores equipamentos cénicos, sonoros, visuais e com um palco de dimensões bastante razoáveis, o auditório do Centro Cultural de Samora Correia apresenta excelentes características para a produção de diversos espectáculos culturais e sociais. A fisionomia do espaço auditório suscita uma envolvência íntima do artista com o público, aproximando o espectador ao que acontece em cima do palco, fomentando uma dualidade emocional expressa nas diversas formas de arte.
FOYER
Ao entrar no Centro Cultural de Samora Correia o visitante/ espectador vislumbra a arquitectura moderna do edifício reflectida no Foyer. O amplo espaço suscita, numa primeira instância, o contacto com a realidade cultural promovida neste local. A antiga máquina de projecção e uma grande fotografia da antiga Casa do Cinema de Samora Correia relembra as produções artísticas realizadas na vila ribatejana pretendendo estimular nos habitantes e nos visitantes/espectadores do recinto cultural as épocas de ouro da Casa do Cinema de tempos passados.
GALERIA DE EXPOSIÇÕES
A galeria de exposições apresenta-se na verdadeira essência de um espaço destinado a este tipo de eventos culturais. A sala climatizada e planeada para acolher diversas exposições proporciona ao visitante um conforto e sossego emocional necessários para visualizar e assimilar as emoções expressas nas telas, nas estatuárias e noutras formas de expressão artísticas.
A galeria de exposições apresenta-se na verdadeira essência de um espaço destinado a este tipo de eventos culturais. A sala climatizada e planeada para acolher diversas exposições proporciona ao visitante um conforto e sossego emocional necessários para visualizar e assimilar as emoções expressas nas telas, nas estatuárias e noutras formas de expressão artísticas.
ATELIER DE PINTURA
Um espaço pensado e criado para a aprendizagem das diversas expressões artísticas na área da pintura. A sala ampla e bem iluminada de luz natural permite uma maior ligação do aprendiz à sua tela, fomentando o processo criativo durante as diversas sessões/ ateliers/ oficinas de pintura.
SALA DE MÚSICA
SALA DE MÚSICA
Isolada acusticamente de qualquer som, este espaço caracteriza-se pela ausência de contacto visual com o exterior, permitindo uma conexão perfeita com o processo de criação musical.
Galeria de Imagens
Vista do lado direito da fachada do Centro Cultural de Samora Correia
Vista do lado direito do Átrio
Tela Fotográfica da Casa do Cinema no Átrio
Antiga Máquina de Projecção da Casa do Cinema no Átrio
Vista do lado esquerdo do Auditório
Vista do lado direito do Auditório
Sala de Espera dos Camarins
Corredor dos Camarins
Grande Camarim
Régie
Pormenor da Máquina de Projecção
Área Técnica